A Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial orienta os cuidados com o ambiente e hábitos de vida que podem ajudar a evitar o problema
Espirros frequentes, olhos vermelhos, coriza, coceira no nariz e congestão nasal são os principais sintomas de uma doença que afeta 400 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Alergia (WAO, na sigla em inglês). A rinite alérgica é considerada uma das alergias respiratórias mais frequentes na população e se torna ainda mais comum nas estações de tempo seco e temperatura mais baixa, como o inverno.
Em alusão ao Dia Mundial da Alergia, instituído em 8 de julho pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) destaca que a doença, se não tratada, traz impactos negativos à qualidade de vida. Devido à sensação de nariz entupido, por exemplo, o sono acaba sendo prejudicado e a dificuldade para dormir gera irritabilidade e falta de concentração ao longo do dia, impactando na rotina das pessoas.
“A rinite alérgica é uma inflamação na mucosa que reveste a parte interna do nariz, devido à reação do organismo em contato com substâncias, como poeira, pelos de animais, ácaros, poluição e mofo, entre outras partículas, reflexo de uma hipersensibilidade do sistema imunológico”, explica o coordenador do Departamento de Alergia da ABORL-CCF, Eduardo Baptistella.
Para evitar as crises de rinite alérgica, o ideal é identificar e evitar o contato com os agentes que desencadeiam a doença. Por isso, a ABORL-CCF traz algumas recomendações.
- Cuide do ambiente domiciliar
É recomendável que a residência tenha boa incidência solar e esteja situada em zonas não poluídas. A habitação deve ser isotérmica e seca, ou seja, sem infiltração, que provoca o excesso de umidade nos cômodos, favorecendo o surgimento de mofo.
No interior da casa, é importante dar preferência para colchões e almofadas antialérgicas ou o uso de capas antiácaro em colchões e travesseiros. Evite cobertores e edredons de penas e peles de animais.
A higienização dos espaços é primordial. “A lavagem e limpeza do ambiente onde se vive, estuda e trabalha, deve ocorrer com frequência. O uso de vassouras deve ser evitado, pois elas ajudam a espalhar o pó. Por isso é aconselhável optar por um pano úmido para recolher a sujeira ou o aspirador. Permanecer em ambientes limpos e arejados é importante para prevenir que a rinite alérgica se manifeste”, esclarece Baptistella.
O especialista da ABORL-CCF também relembra que nesse período muita gente resgata do armário os agasalhos que geralmente estão contaminados por microrganismos, causando a piora dos sintomas de alergia. “É importante lavar todas as peças de inverno, pois elas ficam guardadas por muito tempo e acumulam ácaros”, complementa.
- Higienize o nariz
Uma forma simples e eficaz de limpar as impurezas e os alérgenos que ficam nas narinas é lavar o nariz com soro fisiológico uma vez ao dia. A ABORL-CCF orienta que pode ser usada uma seringa de a partir de 10 ml ou garrafinhas específicas para esse fim, que são vendidos em farmácias.
- Tenha hábitos saudáveis
Manter uma alimentação equilibrada, hidratar-se bastante, praticar atividade física regular e ter boa qualidade de sono são fatores que auxiliam na prevenção da doença, pois ajudam na resistência do organismo no enfrentamento do problema.
- Atente-se à umidade do ar
Se o tempo estiver muito seco, os especialistas recomendam espalhar recipientes com água nos cômodos, ou deixar uma toalha molhada. Isso pode ajudar a reduzir o ressecamento da parte interna do nariz e melhorar a umidade do ambiente.
- Procure um especialista
Baptistella explica que é importante procurar um médico otorrinolaringologista para identificar a causa do problema, pois nem sempre se distanciar dos gatilhos que despertam a rinite alérgica será suficiente.
“O médico vai avaliar outras medidas de tratamento, como a necessidade de prescrição de medicamentos que reduzam a inflamação e controlem os sintomas, pois cada caso possui as suas particularidades”, finaliza o especialista.