Um estudo realizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) trouxe à tona dados preocupantes sobre o impacto do diabetes tipo 2 na gestação. A pesquisa revelou que 13,8% dos distúrbios congênitos ocorreram em bebês de mulheres diagnosticadas com diabetes tipo 2 antes ou durante a gravidez. Esses números reforçam a necessidade de atenção especial ao controle glicêmico e ao planejamento pré-concepcional para evitar complicações graves.

O diabetes tipo 2, caracterizado pela resistência à insulina e níveis elevados de glicose no sangue, pode trazer riscos significativos para a saúde da mãe e do bebê durante a gravidez. A hiperglicemia materna, especialmente nas primeiras semanas de gestação, é apontada como o principal fator de risco para malformações congênitas.

De acordo com o estudo, as anomalias cardíacas foram as mais frequentes, seguidas por alterações neurológicas. Malformações graves, como defeitos no coração que dificultam a circulação sanguínea, podem exigir cirurgias complexas e até representar risco de morte.

Além do diabetes, a obesidade foi identificada como um fator de risco adicional, presente em 77% das gestantes analisadas. O aumento da obesidade em mulheres jovens tem contribuído para o crescimento dos casos de diabetes tipo 2 em idade reprodutiva.

A médica Maria Lúcia da Rocha Oppermann, uma das autoras do estudo, destacou que o preparo pré-concepcional é essencial para reduzir os riscos. “O controle adequado da glicemia, a substituição de medicamentos e a administração de ácido fólico poderiam evitar a maioria das malformações congênitas”, afirmou.

Para minimizar os riscos, especialistas recomendam:

  • Controle rigoroso da glicemia: Antes e durante a gestação, é fundamental manter os níveis de glicose dentro do padrão adequado.
  • Uso de ácido fólico: Esse suplemento ajuda a prevenir defeitos no tubo neural e outras malformações.
  • Acompanhamento médico: Gestantes com diabetes tipo 2 devem ser acompanhadas por uma equipe multidisciplinar, incluindo endocrinologistas e obstetras especializados em gestações de alto risco.
  • Estilo de vida saudável: Alimentação equilibrada e prática de exercícios físicos ajudam a controlar o peso e os níveis de glicose.

O diabetes tipo 2 na gestação exige atenção redobrada para garantir a saúde da mãe e do bebê. O estudo da UFRGS reforça a importância do planejamento e do acompanhamento médico para prevenir complicações graves. Com cuidados adequados, é possível reduzir significativamente os riscos e proporcionar uma gestação mais segura.