A identificação da asma em crianças pequenas sempre foi um desafio clínico, já que sintomas como chiado no peito, tosse e dificuldade respiratória podem estar ligados a outras condições transitórias da infância. Mas uma nova diretriz da Global Initiative for Asthma (GINA 2025) trouxe critérios objetivos que ajudam médicos e pais a reconhecerem a doença com mais segurança.

Três critérios fundamentais para o diagnóstico

Segundo o documento, o diagnóstico de asma em crianças menores de 5 anos deve considerar:

  • 1. Episódios recorrentes de chiado no peito, ou ao menos um episódio acompanhado de sintomas típicos da asma, como:
    • Tosse ao rir, chorar, dormir ou se exercitar
    • Sensação de aperto no peito
    • Dificuldade para respirar
  • 2. Exclusão de outras doenças que possam justificar os sintomas, como infecções respiratórias, refluxo gastroesofágico ou malformações anatômicas.
  • 3. Melhora significativa com medicação específica para asma, como broncodilatadores e corticoides inalatórios.

Por que é tão difícil diagnosticar nessa faixa etária?

  • Crianças pequenas não conseguem realizar testes respiratórios convencionais.
  • Muitos quadros de chiado são transitórios e não evoluem para asma.
  • Há receio de rotular precocemente, o que pode gerar ansiedade nos pais.

O que dizem os especialistas?

O pneumopediatra Fabio Muchão, do Hospital Israelita Albert Einstein, afirma que a diretriz consolida práticas já adotadas por muitos profissionais. “A asma bem tratada pode ser controlada, e o diagnóstico precoce ajuda na adesão ao tratamento e na qualidade de vida da criança”.

Importância do diagnóstico precoce

  • Evita internações por crises graves
  • Permite que pais reconheçam sinais de agravamento
  • Reduz o uso inadequado de antibióticos
  • Melhora o desenvolvimento físico e emocional da criança