Cientistas da Universidade da Pensilvânia recentemente apresentaram um estudo inédito no 66º Encontro Anual da Sociedade Americana de Hematologia (ASH), realizado em San Diego, nos Estados Unidos. O estudo sugere que alterações na dieta podem ser benéficas para pacientes oncológicos que passam por tratamento com células CAR-T.
O que são células CAR-T?
A terapia celular CAR-T é um avanço significativo em imunoterapia, que utiliza células do próprio paciente para combater o câncer. Linfócitos T, um tipo de célula de defesa, são geneticamente modificados para reconhecer e destruir células cancerígenas.
Resultados do estudo
Os pesquisadores compararam a resposta ao tratamento em camundongos com linfoma alimentados com diferentes tipos de dieta. Eles descobriram que os camundongos que receberam uma dieta cetogênica (pobre em carboidratos e rica em gordura) tiveram uma melhor resposta ao tratamento e maior sobrevida em comparação com aqueles alimentados com dietas ricas em carboidratos, proteínas ou colesterol.
O papel do beta-hidroxibutirato (BHB)
A dieta cetogênica induz um estado de cetose, onde o organismo utiliza gordura, e não glicose, como fonte de energia. Isso gera o metabólito beta-hidroxibutirato (BHB), que é uma fonte energética e mantém o metabolismo das células. As células CAR-T preferem usar o BHB como combustível, o que aumenta sua eficácia contra o tumor.
Implicações futuras
Publicidade
Os cientistas também administraram um suplemento de BHB em camundongos com tumores, resultando em uma melhor performance das células CAR-T e na completa destruição dos tumores. Exames de sangue de pacientes que recebiam o tratamento também mostraram uma expansão das células CAR-T com níveis mais altos de BHB, sugerindo uma melhora funcional e quantitativa.
Esses achados são promissores e indicam que modificações na dieta ou o uso de suplementos de BHB podem tornar a terapia CAR-T mais eficaz. No entanto, estudos clínicos adicionais são necessários para confirmar esses resultados em humanos.