No próximo domingo, 19 de maio, o mundo volta seus olhos para uma causa silenciosa, mas profundamente impactante: o Dia Mundial da Doença Inflamatória Intestinal (DII). A data, celebrada em mais de 50 países, tem como propósito alertar sobre duas condições crônicas que desafiam médicos e pacientes diariamente: a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa.
Ambas as doenças, embora distintas, compartilham algo em comum — a inflamação persistente no trato gastrointestinal e o impacto devastador que podem causar na qualidade de vida. Sintomas como dor abdominal, diarreia constante, perda de peso, fadiga extrema e até manifestações extraintestinais são frequentes e, muitas vezes, debilitantes.
Diagnóstico precoce pode mudar o curso da doença
O coloproctologista Danilo Munhóz explica que o diagnóstico precoce é essencial para controlar a progressão das DIIs. “A Doença de Crohn pode atingir qualquer parte do sistema digestivo, enquanto a Retocolite Ulcerativa se restringe ao cólon e ao reto. Ambas têm sintomas semelhantes, mas demandam condutas específicas. Por isso, exames como colonoscopia e testes laboratoriais são indispensáveis para uma avaliação precisa”, afirma.
A identificação rápida e o início imediato do tratamento podem evitar complicações graves, como obstruções intestinais, fístulas e até cirurgias de grande porte. O médico também destaca o papel da genética e de fatores ambientais como gatilhos possíveis para essas doenças, que ainda não têm causa totalmente definida.
Viver com DII: tratamento e estilo de vida como aliados
Embora não exista cura definitiva, há diversas opções de tratamento que permitem o controle da inflamação e uma vida ativa e produtiva. “Contamos hoje com medicamentos biológicos, anti-inflamatórios específicos e imunossupressores. Em casos mais severos, intervenções cirúrgicas podem ser necessárias. Mas, o mais importante é que o paciente esteja assistido por uma equipe multidisciplinar e compreenda que o acompanhamento contínuo é fundamental”, orienta a coloproctologista Aline Amaro.
Além da medicação, mudanças no estilo de vida fazem parte da estratégia terapêutica. Manter uma alimentação equilibrada, evitar alimentos processados, não fumar, controlar o estresse e respeitar os sinais do corpo são atitudes que ajudam a prevenir crises e prolongar períodos de remissão.
Conscientização que salva vidas
Em um cenário onde milhões de pessoas ainda convivem com DIIs sem diagnóstico ou com tratamentos inadequados, o 19 de maio surge como um símbolo de empatia, educação e mobilização. É um convite à sociedade para quebrar tabus, ampliar o conhecimento sobre essas doenças e apoiar aqueles que enfrentam suas rotinas com resiliência silenciosa.
“O principal papel desta data é lembrar que o sofrimento não pode ser invisível. É necessário escutar o corpo, buscar ajuda especializada e, acima de tudo, garantir que ninguém caminhe sozinho nessa jornada”, reforçam os especialistas.