Um estudo da Universidade de Manchester, publicado no BMJ Open, identificou que o bem-estar emocional das mães tem influência direta sobre a saúde mental dos filhos, mais do que o dos pais. A pesquisa acompanhou mais de três mil famílias ao longo de 13 anos e demonstrou que sentimentos maternos de sobrecarga e infelicidade estão associados a quadros de ansiedade, preocupação e infelicidade em crianças e adolescentes. O estudo reforça o papel central das mães na dinâmica emocional familiar e traz à tona a necessidade de se olhar com mais atenção para a exaustão feminina, especialmente em um contexto de demandas crescentes.
Para a orientadora parental Andreia Rossi, o resultado confirma algo recorrente no acompanhamento de famílias, sobretudo aquelas com filhos neurodivergentes. “Essas mães vivem em constante estado de alerta, mediando crises, terapias, rotinas e desafios diários sem pausas reais para si. A sobrecarga é física, emocional e mental — e muitas vezes invisível. Quando a mãe adoece emocionalmente, toda a estrutura familiar é impactada”, explica. Andreia ressalta que o apoio psicológico, a divisão efetiva de responsabilidades e a construção de redes de suporte são essenciais para quebrar esse ciclo.