A infância é um período cheio de descobertas, desafios e aprendizados. No entanto, algumas situações podem ser difíceis de lidar para as crianças, provocando mudanças em seu comportamento ou gerando dificuldades emocionais. Nessas horas, muitos pais se perguntam: “Será que meu filho precisa de terapia?” A psicóloga Stéphany Costa, especialista em saúde emocional infantil, destaca a importância de estar atento aos sinais e buscar ajuda profissional sempre que necessário.
De acordo com Stéphany, os pais precisam observar mudanças no comportamento ou no emocional da criança, especialmente quando essas alterações começam a impactar o dia a dia. “É comum que as crianças enfrentem momentos de estresse ou ansiedade, mas quando esses sentimentos persistem ou geram sofrimento, a terapia pode ser uma ferramenta valiosa para ajudá-las a entender e superar essas questões”, explica a psicóloga.
Entre os principais sinais de alerta, Stéphany lista:
- Mudanças bruscas de comportamento: Irritabilidade, agressividade, isolamento ou apatia, sem uma causa aparente.
- Problemas de socialização: Dificuldade em fazer amigos, lidar com colegas ou interagir em grupo.
- Alterações no sono ou apetite: Insônia, pesadelos recorrentes, perda ou aumento excessivo de apetite.
- Dificuldades escolares: Queda no desempenho, falta de concentração ou desmotivação.
- Manifestações físicas de ansiedade: Dor de cabeça, dor de barriga ou outros sintomas recorrentes sem origem física detectável.
- Eventos traumáticos: Separação dos pais, morte na família, mudanças de escola ou casa, ou situações de bullying.
Como a Terapia Infantil Funciona
Stéphany Costa explica que a terapia infantil é diferente do trabalho psicológico com adultos, pois utiliza abordagens adaptadas à realidade e à linguagem da criança. “Brincadeiras, jogos e atividades lúdicas são ferramentas essenciais na terapia infantil. Elas permitem que a criança expresse seus sentimentos de maneira mais natural e confortável”, afirma.
Além disso, a psicóloga destaca que a terapia não é apenas para tratar problemas já estabelecidos. “Muitas vezes, o acompanhamento psicológico é indicado para ajudar a criança a desenvolver habilidades emocionais e de resiliência que serão importantes ao longo da vida.”
Os pais desempenham um papel crucial na terapia infantil. A psicóloga enfatiza que o acompanhamento familiar é essencial para que os resultados sejam duradouros. “Os pais devem se envolver no processo, acolher os sentimentos da criança e aplicar, no dia a dia, as orientações trabalhadas na terapia. Isso cria um ambiente seguro para que a criança se sinta compreendida e apoiada.”
Além disso, Stéphany reforça que é importante desmistificar a ida ao psicólogo. “Muitos pais têm receio de levar seus filhos à terapia por medo de estigmatizá-los. Mas procurar ajuda é um ato de cuidado e amor, não um sinal de fraqueza.”
Dicas para identificar e buscar ajuda
- Converse com a criança: Pergunte como ela está se sentindo e demonstre interesse genuíno por suas emoções.
- Observe os sinais: Preste atenção a mudanças de comportamento e reações que fujam da rotina.
- Procure um profissional especializado: Busque psicólogos com experiência em atendimento infantil e, se possível, com boas referências.
- Seja paciente: Entenda que cada criança tem seu tempo de adaptação ao processo terapêutico.
- Acolha sem julgamento: Evite repreender a criança por comportamentos desafiadores antes de entender suas causas.
Cuidar da saúde emocional é fundamental
Investir na saúde emocional de uma criança é preparar o terreno para que ela cresça segura, resiliente e capaz de lidar com as adversidades da vida. “É essencial lembrar que pedir ajuda é um ato de coragem e que, muitas vezes, a terapia pode ser o suporte que a criança precisa para se desenvolver plenamente”, conclui Stéphany Costa.
Se você tem notado sinais de que seu filho pode estar enfrentando dificuldades, não hesite em buscar orientação profissional. Afinal, cuidar das emoções é cuidar da saúde e do bem-estar de toda a família.