Vermes semelhantes a fios de espaguete vivem nas entranhas de certos insetos, manipulando seu comportamento e forçando-os a procurar água e se afogar. Esses parasitas, conhecidos como vermes crina ou filo Nematomorpha, são estudados há tempos por sua estranha capacidade de controlar seus hospedeiros terrestres e voltar para a água para acasalar e botar ovos.
Veja o vídeo abaixo que demonstra a aparência do parasita.
Recentemente, a análise genética revelou uma peculiaridade fascinante: esses vermes passaram por um desvio evolucionário que levou à perda de cerca de 30% dos genes encontrados em outros animais. Os genes ausentes controlavam o desenvolvimento de cílios, estruturas celulares curtas semelhantes a pêlos, que são comuns em animais, plantas e fungos.
Os vermes crina, que têm cerca de 60 metros de diâmetro, são tão estranhos quanto fascinantes. A análise de seus genomas mostrou que eles perderam um conjunto específico de genes encontrados em outros grupos animais, o que levanta questões sobre como esses parasitas navegam em seu ambiente sem cílios sensoriais.
Esses vermes são apenas um exemplo de parasitas que alteram o comportamento de seus hospedeiros. Outros incluem o fungo Ophiocordyceps, que controla formigas e os protozoários Toxoplasma gondii, que influenciam o comportamento de roedores.
Os cientistas esperam que o estudo de mais genomas de diferentes animais permita uma melhor compreensão dos mecanismos moleculares por trás dessas mudanças comportamentais. A análise genômica pode fornecer informações valiosas sobre as relações filogenéticas e a evolução do parasitismo em nematomorfos e seus parentes próximos.