A Coca-Cola, um dos refrigerantes mais consumidos no mundo, pode ter um sabor sutilmente diferente dependendo de onde você a compra. Isso se deve a um ingrediente-chave: enquanto no Brasil ela tradicionalmente utiliza açúcar de cana, nos Estados Unidos, por exemplo, a receita é feita com xarope de milho de alta frutose (HFCS). Essa mudança, aparentemente simples, levanta questionamentos sobre seus efeitos na saúde e até no paladar.
Do ponto de vista nutricional, ambos são formas de açúcar e fornecem a mesma quantidade de calorias: cerca de 4 calorias por grama. No entanto, o HFCS é mais barato para a indústria e tem uma composição diferente, sendo rico em frutose livre, o que pode causar impacto metabólico distinto em comparação ao açúcar de cana, composto por sacarose (glicose e frutose em partes iguais).
Estudos apontam que o consumo excessivo de frutose isolada, como ocorre com o xarope de milho, pode estar relacionado ao aumento de gordura no fígado, resistência à insulina e maior risco de obesidade e doenças cardiovasculares. Isso porque o fígado metaboliza a frutose de forma diferente da glicose, favorecendo a produção de gordura hepática.
Além disso, o xarope de milho não oferece nenhuma vantagem em termos de saciedade. Ou seja, a pessoa continua sentindo fome e pode consumir mais calorias ao longo do dia. Já o açúcar de cana, embora também prejudicial em excesso, pode ter absorção um pouco mais equilibrada pelo organismo.
Do ponto de vista sensorial, muitos consumidores afirmam que a Coca-Cola feita com açúcar de cana tem um sabor mais “limpo” e suave, o que fez crescer a demanda por versões importadas no mercado norte-americano, especialmente a “Mexican Coke”, famosa por usar o mesmo tipo de açúcar que a brasileira.
Em resumo, nenhuma versão é exatamente saudável. Ambas contêm quantidades elevadas de açúcar e devem ser consumidas com moderação. No entanto, a versão com açúcar de cana tende a ser menos agressiva ao metabolismo do que a que leva o xarope de milho, especialmente quando se considera o consumo frequente ao longo dos anos.