Já dizia Pitty em sua música “Memórias”: “Memórias, não são só memórias, são fantasmas que me sopram aos ouvidos coisas que eu nem quero saber.” Nem sempre as informações retidas no nosso cérebro são agradáveis e podem nos trazer muito desconforto, ou mesmo danos psicológicos e sociais quando são evocadas. Uma queda na rua, um assalto, uma mordida na abelha intrometida que estava no seu sorvete, podem trazer consequências que ultrapassam o nível de “memórias ruins” e podem gerar traumas.
Mas essa capacidade que nosso cérebro possui de guardar acontecimentos “bons e ruins” desempenha uma função crucial no nosso modo de viver e ser. Por exemplo, você sempre irá dar uma conferida se tem algum inseto na sua comida antes de dar uma bocada. Uma nova pesquisa começa a dar os primeiros passos em direção à substituição de recordações ruins. Venha saber como isso é possível e se de fato essa lembrança poderá cair no esquecimento como Bing Bong no filme Divertidamente.
Como as memórias são formadas? As recordações são um processo bastante interessante e não totalmente esclarecido. A neurociência tem se debruçado em entender como somos capazes de armazenar e recuperar informações, assim como quais são os mecanismos que farão com que um fato seja consolidado, ou não. Para alguns estudiosos, acontecimentos que provoquem sentimentos e emoções fortes, assim como ter imagens específicas associadas ao fato, são os melhores candidatos a serem conservados no nosso cérebro com possibilidade de rápida recuperação.
Ao longo da vida, as recordações de fatos vivenciados vão aos poucos moldando nossa forma de ser e agir. Por isso, nem sempre pessoas que compartilharam a mesma vivência irão se lembrar da mesma forma do fato ocorrido. Para algum outro aluno da mesma turma, a disciplina e professor podem ser ótimos e era um prazer estudar para aquela matéria. E a vivência é apenas a primeira parte da “aquisição” da memória. Há quem divida esse processo em três fases, enquanto outros estudos dividem em quatro ou cinco, singularizando cada passo, mas aqui por uma questão de generalização, dividiremos em três, sendo: experiência, consolidação e recuperação.
Certeza que a maioria das trilhas sonoras dos desenhos animados está guarda na sua memória, enquanto a equação de segundo grau é só conteúdo para pesadelos.