A cotação do dólar ultrapassou os R$ 6 nesta semana, atingindo seu maior valor na história do Brasil. A alta é atribuída a fatores como o adiamento do pacote fiscal prometido pelo governo federal, que busca cortar despesas públicas em R$ 5 bilhões, e à percepção de risco crescente por parte de investidores. Especialistas apontam que a isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil, compromisso eleitoral do presidente Lula, intensificou o ceticismo sobre a capacidade de ajuste fiscal do país.

Além do contexto interno, a economia global também influencia. A desvalorização de moedas emergentes é impulsionada pelo fortalecimento do dólar em mercados internacionais, em um ambiente de incerteza política nos EUA e expectativas quanto às eleições presidenciais. Apesar do Banco Central estar atento à volatilidade cambial, analistas sugerem maior rigor em políticas fiscais e monetárias como medidas de controle.

Na semana que vem, espera-se que o governo finalize o anúncio de seu pacote fiscal. Por ora, a desconfiança no mercado permanece alta, evidenciando a importância de ações imediatas para conter a escalada do dólar e seus impactos na economia doméstica, como a inflação de produtos importados e o aumento no custo de dívidas atreladas à moeda americana.