“Adolescência” não é apenas um fenômeno de audiência. Com um impacto que transcende números, a minissérie da Netflix, lançada em 13 de março, se tornou uma obra que desafia padrões ao explorar de forma incisiva os dilemas da adolescência. Em menos de duas semanas, a produção acumulou 66,3 milhões de visualizações, reforçando seu lugar como a maior da história da plataforma.
Com apenas quatro episódios, a trama acompanha Jamie Miller, um garoto de 13 anos que se vê envolvido em um homicídio cometido por uma colega de escola. O drama, cheio de tensão e autenticidade, aborda temas como bullying, masculinidade tóxica, o impacto das redes sociais e o papel das escolas na formação emocional dos jovens. A narrativa não apenas conecta o espectador à realidade adolescente, mas também expõe questões estruturais da sociedade moderna, trazendo discussões que reverberam além das telas.

O sucesso de “Adolescência” vai além do enredo. Cada episódio foi filmado em plano-sequência – técnica que elimina cortes e garante uma experiência de imersão completa. Esse formato não é apenas uma escolha estética; é um recurso que amplifica a intensidade emocional da série, envolvendo o espectador nos conflitos e dilemas dos personagens.
O elenco também desempenha um papel fundamental. Owen Cooper, como Jamie, entrega uma performance poderosa, enquanto Stephen Graham e Christina Tremarco, nos papéis de seus pais, destacam-se pela profundidade emocional que trazem à história. A química entre os atores e a construção realista de suas interações tornam a trama ainda mais impactante, permitindo ao público refletir sobre os desafios da adolescência no contexto familiar e social.
Um espelho da sociedade contemporânea
“Adolescência” aborda de forma contundente questões que têm afetado a juventude atual. A pressão das redes sociais, que reforçam a busca por aceitação e aprovação, é um dos temas centrais. Além disso, a série investiga como expectativas de gênero e masculinidade impactam negativamente o desenvolvimento emocional dos jovens. O criador da minissérie, Stephen Graham, baseou muitos aspectos da narrativa em experiências pessoais, conferindo autenticidade ao roteiro.
A crítica especializada tem elogiado o impacto da série. Em uma análise publicada no The Guardian, Lucy Mangan destaca a relevância de “Adolescência” ao perguntar: “Como estamos preparando os jovens para enfrentar um mundo que exige independência emocional enquanto reforça o isolamento?” A obra traz à tona o papel essencial das escolas e das famílias em oferecer suporte emocional, reavaliando as responsabilidades dessas instituições na formação dos adolescentes.

O papel da escola e da família
A discussão sobre o papel das escolas é amplamente abordada na série, especialmente em um momento em que essas instituições enfrentam o desafio de lidar com questões emocionais dos estudantes. A ausência de diálogo e apoio familiar se reflete diretamente no ambiente escolar, exigindo uma abordagem mais estratégica e integrada.
Especialistas como Cleyton Guimarães Costa, diretor-geral da Escola Adventista, defendem que escolas precisam combinar escuta ativa, monitoramento das redes sociais e práticas pedagógicas intencionais para garantir o desenvolvimento emocional dos jovens. Esses pilares de segurança emocional são fundamentais para preparar os adolescentes para enfrentar os desafios de uma sociedade conectada e exigente.
Mais do que uma minissérie
“Adolescência” é uma obra que transcende o entretenimento e se torna um convite à reflexão. Ao questionar estruturas sociais, como redes digitais, papéis de gênero e o suporte emocional oferecido pelas instituições, a série se posiciona como um marco cultural. Seu formato inovador e narrativa impactante não apenas prenderam o público, mas também lançaram luz sobre questões urgentes da sociedade contemporânea.
A minissérie está disponível na Netflix, com episódios que variam entre 40 e 60 minutos. Se você busca uma obra que desafia paradigmas e provoca discussões profundas, “Adolescência” é indispensável.
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Assista ao trailer abaixo: