Cantor sertanejo Wagner Luno, de 42 anos, foi preso por estelionato sentimental principalmente contra mães solo, entre 30 e 45 anos, que contraíram financiamentos e compraram bens para uso do golpista
Postado em 15/12/2023 11:41 no Correio Brasiliense / atualizado em 15/12/2023 18:08
O cantor sertanejo Wagner Santos de Oliveira, conhecido como Wagner Luno, de 42 anos, que tinha mulheres com estabilidade econômica e emocionalmente fragilizadas como alvo para cometer fraudes, foi preso por crime de estelionato sentimental na manhã desta sexta-feira (15/12). As vítimas tinham entre 30 e 45 anos e boa parte era de mães solo. O homem foi preso pela Operação Eros, da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), e a equipe da 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia Norte) cumpriu um mandado de prisão preventiva e um de busca e apreensão em Águas Claras. A todo, 26 mulheres sofreram o golpe.
Os dois mandados foram expedidos pelo Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Samambaia. No início das investigações, os policiais civis confirmaram diversas ocorrências em que o suspeito praticava estelionato sentimental. A busca era por vítimas que tinham condições de oferecer a ele algum benefício econômico.
Perfis na internet para atrair vítimas
Na maioria dos casos, o investigado procurava mães solo com estabilidade financeira, vindas de outros estados do país e que tivessem chegado ao DF há poucos meses. Para aplicar o golpe, o criminoso criava vários perfis nas redes sociais e aplicativos de paquera ou encontros. Em seguida, identificava os alvos e, após uma conversa, pedia o número de celular das vítimas.
Com base no relacionamento e confiança adquirida com as mulheres, o suspeito as enganava com promessas de amor. A investigação começou com cinco vítimas que teriam sido ludibriadas por ele. Envolvidas emocionalmente, as mulheres emprestavam dinheiro, contraíam financiamentos e adquiriam bens para uso exclusivo do golpista.
Nos primeiros encontros, o autor começava a pedir empréstimos financeiros ou se apropriava de bens das vítimas, com a promessa de que iria devolver o dinheiro depois. Ele alegava para as mulheres que teria um valor a receber, em suposto acerto trabalhista, da venda de algum imóvel ou de lucro com a empresa que abriria em breve.
Após ser cobrado pelas vítimas para quitar a dívida ou até mesmo sem nenhuma cobrança, o homem ficava agressivo, ameaçava e ofendia moralmente como forma de intimidá-las para que não registrassem boletim de ocorrência. Em seguida, ele criava novos perfis nas redes sociais para alcançar mais vítimas.
Há suspeitas de que existam outras vítimas no DF e também em outros estados, como Goiás. O criminoso vai responder judicialmente pelos crimes de estelionato em continuidade delitiva, apropriação indébita, coação no curso do processo e furto, podendo ficar até 18 anos preso.