Marcelo Pedro da Cruz, coordenador da Anhanguera, alerta para atenção e cuidados no planejamento urbano em áreas de risco para prevenir tragédias  

São Paulo, 22 de junho de 2023 – Após quatros anos sem acontecer, neste ano o El Niño voltou aquecendo as águas do Pacífico Central, e promete mudar intensamente os climas em todo continente.
 

De acordo com o coordenador da Anhanguera, Marcelo Pedro da Cruz, estamos vivendo um ano com climas atípicos e eventos climáticos extremos por dois fatores: o aquecimento global e a chegada do El Niño. “Em razão das mudanças climáticas e uso não sustentável dos recursos naturais, ocorrerão eventos extremos com a incidência de fenômenos mais intensos como furacões, tufões, tempestades tropicais e secas extremas”.
 

Entre as regiões que poderão ser mais afetadas com eventos climáticos extremos estão o continente africano e países do oriente médio, assim como mudanças climáticas nos países como Estados Unidos e Austrália. Já no Brasil, a expectativa é que o El Niño provoque o aquecimento das temperaturas em até 2,5ºC em alguns locais, podendo refletir em um inverno mais quente em algumas regiões e em outros mais radical.
 

Marcelo salienta que neste cenário há formas de prevenir que algumas regiões sejam menos impactadas em casos de eventos climáticos extremos. “Com os indícios de climas atípicos é possível realizar um planejamento prévio da infraestrutura urbana implantando uma gestão de risco e sendo orientada por um zoneamento ambiental, assim como ampliar as discussões e políticas públicas, onde esteja considerada a possibilidade de catástrofes ambientais com restrição de uso de uma área sensível e a criação de um sistema de alerta precoce e monitoramento de áreas vulneráveis”.
 

Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), a Terra está esquentando mais rápido do que era previsto e se prepara para atingir 1,5ºC acima do nível pré-industrial já na década de 2030, dez anos antes do que era esperado. “Caso chegarmos a esse índice, haverá eventos climáticos extremos em maior frequência, como enchentes e ondas de calor. Com isso, é primordial a conscientização da população para a busca de um desenvolvimento sustentável e o papel de cada ser humano na preservação do meio ambiente, com utilização mais sustentável dos recursos naturais”, destaca Marcelo.
 

O professor ressalta ainda que as catástrofes climáticas que estão acontecendo são reflexo do aquecimento global. “A série de mudanças climáticas ocorridas nos últimos tempos é fruto das práticas não sustentáveis utilizadas, entre elas, o desmatamento, emissão dos chamados gases de efeito estufa, poluição das águas, entre outras. Essas ações contribuem diretamente para o desequilíbrio ambiental, o que reflete principalmente nas estações fora do comum que o planeta vem vivendo”.