Por Redação Imprensa Brasília
Com a Páscoa batendo à porta, aumenta o apelo irresistível dos ovos e barras de chocolate. Mas, segundo a nutricionista Caroline Neuwald, de Goiânia, essa é também a época ideal para lembrar que o chocolate, quando consumido com moderação e atenção à qualidade, pode sim fazer parte de uma alimentação saudável — inclusive durante a gestação.

“Chocolate é mais do que um agrado. Os tipos com alto teor de cacau têm compostos bioativos que trazem benefícios cardiovasculares, ajudam a melhorar o humor e até favorecem o controle da glicemia. O problema é o excesso, que transforma algo saudável em um risco”, alerta Caroline.
Chocolate: vilão ou aliado? Depende da dose
A especialista explica que chocolates com mais de 70% de cacau são os mais indicados. Ricos em flavonoides, essas versões possuem ação antioxidante e anti-inflamatória, além de contribuírem para a saúde do coração e bem-estar emocional.
“Em pequenas quantidades, o chocolate amargo pode melhorar a circulação, reduzir o estresse e até ter efeito protetor em pessoas com predisposição ao diabetes tipo 2”, diz Caroline.
Por outro lado, o consumo exagerado, comum em datas comemorativas como a Páscoa, pode gerar consequências preocupantes, como ganho de peso, aumento da glicose no sangue, acne, irritações gástricas e até alterações de humor.
“É fácil ultrapassar o limite. Por isso, a recomendação geral para adultos saudáveis é de no máximo 40 gramas por dia, o equivalente a cerca de quatro quadradinhos de uma barra”, explica.
E as gestantes, podem comer chocolate?
Sim — mas com atenção redobrada. Caroline Neuwald destaca que gestantes podem consumir chocolate, desde que respeitem a quantidade e escolham versões com menor teor de açúcar e gordura.

“Durante a gravidez, o metabolismo muda. Por isso, o chocolate pode causar desconfortos como refluxo, azia ou picos de glicose, principalmente se for ao leite ou branco. O ideal é dar preferência ao chocolate amargo e consumir pequenas porções”, orienta.
Além disso, ela alerta para a presença de cafeína no cacau. Embora a quantidade seja menor do que em uma xícara de café, o acúmulo da substância em outras fontes (como chás, energéticos, medicamentos e refrigerantes) pode ultrapassar o limite diário recomendado para gestantes, que é de até 50 mg por dia.
O consumo de quantidades maiores de cafeína na gestação está associada a perdas gestacionais, restrição de crescimento e má formação fetal.
“Comer chocolate na gravidez não é proibido, mas é preciso considerar o contexto da alimentação como um todo. Uma gestante com diabetes gestacional, por exemplo, deve seguir orientação médica específica para evitar complicações”, pontua.
Como escolher o melhor chocolate
- Chocolate amargo (70% ou mais de cacau): mais saudável, rico em antioxidantes, indicado para a maioria das pessoas, inclusive gestantes.
- Chocolate ao leite: mais açúcar e gordura, pode ser consumido com moderação por quem não tem restrições.
- Chocolate branco: não tem massa de cacau, apenas manteiga de cacau, açúcar e leite. É o menos nutritivo.
- Chocolate diet: sem açúcar, mas com maior teor de gordura. Deve ser consumido com cautela por pessoas com diabetes e doenças cardiovasculares.
- Chocolates especiais (sem lactose, vegano, sem glúten): opções alternativas para pessoas com restrições alimentares, mas também precisam ser avaliadas quanto à quantidade de açúcar e gordura.
Dica final: equilíbrio é tudo
“O chocolate pode — e deve — ser apreciado, especialmente em momentos simbólicos como a Páscoa. Mas o cuidado está na quantidade e na frequência. Um consumo consciente evita impactos negativos e mantém o prazer de comer algo gostoso com segurança”, conclui a nutricionista.