Após uma década sem modificações, a American Heart Association e a American Stroke Association dos Estados Unidos atualizaram as diretrizes para prevenção de acidente vascular cerebral (AVC), com um foco especial em mulheres. Publicadas em outubro de 2024 na revista especializada Stroke, as novas diretrizes destacam a importância de monitorar fatores específicos de sexo e gênero que podem aumentar o risco de AVC.
Entre os principais fatores de risco estão a hipertensão arterial, colesterol elevado, diabetes e obesidade. No entanto, as diretrizes também ressaltam a necessidade de monitorar o uso de anticoncepcionais orais e complicações na gravidez, como pressão alta e parto prematuro. Esses fatores são particularmente relevantes para mulheres, que podem ser mais suscetíveis a sofrer um AVC devido a essas condições.
A neurologista Polyana Piza, do Hospital Israelita Albert Einstein de Goiânia, destaca que a prevenção do AVC requer a participação do governo, das instituições de saúde, da sociedade civil e da população em geral. Ela enfatiza a importância de tratar adequadamente a pressão arterial elevada durante a gestação e até seis semanas após o parto para reduzir a probabilidade de um derrame.
As novas diretrizes também recomendam aumentar a conscientização sobre os benefícios de mudanças no estilo de vida, como parar de fumar, aumentar a atividade física, melhorar os hábitos alimentares e dormir melhor. Essas mudanças podem não só diminuir o impacto da doença, mas também silenciar genes responsáveis por algumas delas.
Com mais da metade dos AVCs considerados evitáveis, é crucial que todas as mulheres sejam rastreadas quanto a esses fatores específicos de sexo e gênero. A atenção a esses fatores pode ajudar a reduzir o número de mortes e sequelas causadas por essa doença, trazendo um impacto significativo na saúde pública.