Na noite de 07 de maio, o Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e uma das joias da arquitetura nacional, abriu suas portas para uma outra joia da cultura brasileira: o artesanato. O local foi palco da 1ª Mostra do Artesanato Brasileiro, promovida pelo Programa do Artesanato Brasileiro (PAB)/Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (MEM), e do lançamento do 17º Salão do Artesanato Raízes Brasileiras, realizado pela Rome Eventos. Na ocasião, os ministros do MEMP Márcio França e da Cultura, Margareth Menezes, assinaram um protocolo de intenções para implementar ações intersetoriais voltadas ao desenvolvimento e fortalecimento do artesanato brasileiro. Além da exposição emblemática do que é o artesanato brasileiro, houve um desfile da coleção Elementos, assinada pelo estilista goiano Theo Alexandre, mostrando que a sustentabilidade é a grande tendência e não sairá mais de moda.

A cerimônia de abertura ocorreu na Sala Portinari. Compuseram a mesa, além dos ministros França e Menezes, João Azevedo Lins, governador do Estado da Paraíba; Leonardo Monteiro, deputado federal e presidente da Frente Parlamentar do Artesanato; Milton Coelho, secretário Nacional do Artesanato e do Microempreendedor Individual; Laudemar Aguiar, secretário de Promoção Comercial, Ciência, Tecnologia e Cultura e Maria das Graças Reis, presidente da Confederação Brasileira de Artesanato – CONART. Todos eles ressaltaram a importância do artesanato para a cultura brasileira e para a economia brasileira, em falas também marcadas pela solidariedade ao povo do Rio Grande do Sul.

Ao longo de todo evento, os convidados puderam apreciar a 1ª Mostra do Artesanato Brasileiro. Disposta no terraço do Palácio que abriga os jardins de Burle Marx, a mostra exibiu 26 trabalhos, compondo, momentaneamente, o acervo de obras de arte do Itamaraty. A ausência sentida foi a da peça, justamente, do artesão do Rio Grande do Sul, que devido à situação no estado não teve como despachar sua obra para a capital do país. “Trouxemos a arte de artesãos de todos os estados brasileiros e do Distrito Federal. É uma oportunidade única de apreciarmos a maravilhosa diversidade brasileira, de toda a extensão do território nacional em um único lugar”, afirmou Elizabeth Bacelar, diretora do PAB.

Outro momento celebrado da noite foi o desfile da marca Thear, que tem à frente o estilista Theo Alexandre. Brasília aplaudiu a mesma coleção que encantou o São Paulo Fashion Week em abril. Inspirada no Cerrado goiano, o trabalho lança um olhar especial aos elementos terra e fogo, abordando fauna e flora, através, principalmente, do lobo-guará e da flor de pequi, que simbolizam bem a singularidade de um dos maiores biomas do planeta. “O artesanato é uma realidade no nosso processo de fabricação, com grande valorização do feito à mão. Como somos uma marca de moda autoral, com uma proposta mais slow fashion, o artesanato está sempre muito presente, seja por meio do bordado, do crochê, da tinturaria entre outros processos”, revela o estilista, que também contou com a folha da cervejinha, planta típica e abundante do cerrado, em parceria com o Projeto Folhas Sustentáveis, no kit desenvolvido para o maior evento de moda da América Latina. Os elementos Terra e Fogo, tão presentes no Cerrado, foram traduzidos em tecidos que mesclam texturas terrosas e tons ardentes, evocando a energia primordial que pulsa sob a superfície desta terra ancestral. Assim como o Cerrado, a coleção Elementos é um reflexo do ancestral ciclo de transformação. Cada peça é uma celebração da vida, uma homenagem à beleza efêmera e à constante renovação que permeia o mundo.