A morte de Vitória Hipólito, de 24 anos, após complicações em um parto no Hospital Regional de Planaltina, gerou revolta e indignação. O que deveria ser um momento de alegria se transformou em tragédia devido a falhas no atendimento, demora na transferência hospitalar e decisões médicas tardias.

Uma gestação tranquila que terminou em tragédia

Vitória deu entrada no hospital na madrugada do dia 24 de maio, após o rompimento da bolsa. Segundo relatos da família, ela permaneceu por mais de 17 horas em trabalho de parto sem dilatação, enquanto os médicos insistiam na indução. Somente após pressão dos familiares, a cesariana foi realizada.

A bebê, Ághata, nasceu saudável, mas Vitória começou a apresentar hemorragias graves. Para conter o sangramento, os médicos realizaram uma histerectomia (retirada do útero), mas o quadro continuou se agravando.

Demora na transferência e falta de suporte adequado

Diante da gravidade do caso, a equipe médica solicitou transferência urgente para o Hospital de Santa Maria, que possui suporte de UTI. No entanto, o que deveria ser um procedimento rápido se tornou um descaso:

🚑 A ambulância do SUS demorou mais de 10 horas para chegar.
🚑 Quando finalmente chegou, Vitória estava instável e não pôde ser transferida.
🚑 Uma nova solicitação foi feita, mas a segunda ambulância só chegou às 23h, tarde demais.
🚑 Sem suporte adequado, a paciente ficou à mercê da sorte.

Desesperada, a família decidiu pagar R$ 4.500 por uma ambulância particular, que chegou em 30 minutos e conseguiu realizar a transferência. No entanto, Vitória já estava em estado gravíssimo e não resistiu.

Revolta e busca por justiça

O caso gerou grande comoção e levantou debates sobre negligência médica e violência obstétrica. O irmão de Vitória gravou um vídeo expondo toda a situação e denunciando a falta de estrutura do sistema público de saúde.

A família registrou um boletim de ocorrência e busca responsabilização legal pelos acontecimentos. A Secretaria de Saúde do Distrito Federal negou que tenha havido negligência, afirmando que a paciente foi assistida o tempo todo por médicos e enfermeiros.

A morte de Vitória Hipólito expõe falhas graves no atendimento obstétrico e reforça a necessidade de melhorias na infraestrutura hospitalar e na gestão de emergências. O caso segue em investigação, enquanto familiares e amigos exigem justiça para evitar que tragédias como essa se repitam.