O câncer de mama continua sendo um dos maiores desafios da oncologia, mas novos estudos e tecnologias estão trazendo esperança para pacientes ao redor do mundo. Em 2025, pesquisas recentes revelaram avanços significativos que podem melhorar o controle da doença, reduzir efeitos colaterais e aumentar as chances de sobrevida.
1. Tratamento precoce guiado por biópsia líquida
Uma das descobertas mais comentadas no Congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco) foi o uso da biópsia líquida para monitorar mutações genéticas no câncer de mama metastático. O estudo SERENA-6 mostrou que, ao identificar precocemente a mutação no gene ESR1, os médicos podem ajustar o tratamento antes mesmo de os sintomas aparecerem.
Essa abordagem permite que pacientes troquem a terapia tradicional por medicamentos mais eficazes antes da progressão da doença, aumentando o tempo de controle do câncer de 9,2 meses para 16 meses, em média.
2. Nova droga oral contra resistência hormonal
Outro avanço importante foi a introdução do vepdegestrant, um medicamento oral que combate a resistência hormonal no câncer de mama. Diferente das terapias convencionais, essa droga destrói diretamente o receptor de estrogênio dentro da célula, impedindo que o tumor continue a crescer.
Comparado ao tratamento padrão com fulvestranto, o vepdegestrant dobrou o tempo de controle da doença, passando de 2,1 meses para 5 meses, o que representa um avanço significativo para pacientes que enfrentam resistência aos tratamentos hormonais.
3. Uso antecipado de “drogas inteligentes” para câncer HER2 positivo
O câncer de mama HER2 positivo é um dos mais agressivos, mas uma nova estratégia está mudando a forma como ele é tratado. O estudo realizado pelo Dana-Farber Cancer Institute testou a combinação de trastuzumabe deruxtecano com pertuzumabe, dois anticorpos droga-conjugados (ADCs), conhecidos como “drogas inteligentes”.
Esses medicamentos levam a quimioterapia diretamente às células cancerosas, reduzindo os efeitos colaterais e aumentando a eficácia do tratamento. Os resultados mostraram uma redução de 44% no risco de progressão ou morte, com controle da doença por mais de 40 meses, mesmo em pacientes com metástase.
Desafios e perspectivas
Apesar dos avanços, o acesso a essas novas terapias ainda é um desafio, especialmente em países onde o sistema público de saúde enfrenta dificuldades para incorporar medicamentos inovadores. No Brasil, cerca de 70% dos pacientes oncológicos dependem do SUS, e muitos tratamentos levam anos para serem disponibilizados na rede pública.
Ainda assim, os avanços apresentados em 2025 mostram que a oncologia está evoluindo rapidamente, trazendo novas possibilidades para pacientes com câncer de mama. O futuro é promissor, e a expectativa é que essas descobertas ajudem a transformar o tratamento da doença nos próximos anos.
O Imprensa Brasília seguirá acompanhando os desdobramentos dessas pesquisas e trará novas informações conforme forem divulgadas.