Um grupo de advogados do Distrito Federal e do Entorno formou um coletivo chamado “Homens pela Justiça” em um aplicativo de mensagens. O grupo alega que busca revisar decisões judiciais que, segundo eles, prejudicam os homens, especialmente em processos criminais, disputas de guarda e casos de pensão alimentícia.
Os advogados afirmam que a figura masculina sofre injustiças no sistema judicial, citando como exemplo a Lei Maria da Penha e outros casos que envolvem a guarda de filhos e pagamento de pensão alimentícia. “Isso é uma vergonha”, disse um advogado que foi adicionado involuntariamente ao grupo.
A iniciativa gerou polêmica, com especialistas apontando que a defesa de “justiça masculina” pode distorcer a percepção de direitos e compromissos legais. A presidente da Comissão da Mulher da OAB-DF, Nildete Santana de Oliveira, criticou o grupo, afirmando que “essa masculinidade frágil faz florir no imaginário dos homens que as mulheres estão ferindo o direito deles”.
A seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF) recebeu o caso e destacou que o direito à ampla defesa e ao contraditório é garantido a todas as pessoas, sem divisão de gênero. “O devido processo legal tem princípios já estabelecidos, como o direito ao contraditório e à ampla defesa. Isso não é um privilégio do homem ou da mulher”, reforçou Nildete.