A saúde bucal vai muito além de um sorriso bonito. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 3,5 bilhões de pessoas no mundo sofrem com problemas bucais, como cáries e doenças periodontais, muitas vezes sem saber que essas condições podem impactar diretamente outros órgãos do corpo. No Brasil, os desafios são igualmente significativos, e no Distrito Federal, Dra. Leíza Penedo, odontóloga na CROI Odontologia chama atenção para as dificuldades enfrentadas na região.
Leíza Penedo destaca que um dos maiores problemas no Distrito Federal é a falta de conscientização sobre a importância da saúde bucal e o baixo acesso à prevenção e tratamentos resolutivos. “No DF, muitas pessoas só procuram atendimento odontológico quando já estão com dor ou complicações graves. Isso leva a tratamentos mais complexos e muitas vezes mais custosos, que poderiam ser evitados com medidas preventivas simples”, explica.

Outro grande entrave na região é a carência de profissionais no serviço público, mesmo com profissionais aguardando nomeação, dificultando o acesso de grande parte da população aos cuidados essenciais. “Em todo DF, há filas de espera para atendimento odontológico porque o número de dentistas no serviço público não é suficiente para atender à demanda. Essa realidade prejudica principalmente as comunidades mais vulneráveis, que dependem exclusivamente do SUS para realizar consultas e tratamentos”, alerta Leíza.
Essa falta de recursos humanos afeta diretamente o diagnóstico e o tratamento de condições graves, como doenças periodontais, que quando não tratadas de maneira adequada, podem evoluir para problemas sistêmicos. “Muitas dessas doenças não tratadas podem levar bactérias da boca à corrente sanguínea, aumentando o risco de doenças cardiovasculares, piorando o controle do diabetes e até influenciando problemas pulmonares e influenciar em partos prematuros” reforça a especialista.
Para Leíza, a solução passa por fortalecer ações de prevenção e ampliar o acesso ao atendimento odontológico. “Investir na conscientização e na educação em saúde bucal é essencial. Campanhas em escolas e comunidades podem ajudar a estabelecer hábitos saudáveis desde cedo, enquanto o aumento do número de dentistas no serviço público é fundamental para suprir a demanda reprimida”, sugere.
Além disso, a especialista ressalta que a inclusão de tecnologias odontológicas mais modernas em serviços públicos e privados do DF pode facilitar diagnósticos e tratamentos. Métodos como o Protocolo GBT (Guided Biofilm Therapy) têm ganhado espaço, oferecendo uma limpeza mais precisa e confortável, incentivando pacientes a manter consultas regulares.
Para quem busca melhorar a saúde bucal, Leíza Penedo reforça que pequenas mudanças no dia a dia podem fazer uma grande diferença:
Escovar os dentes pelo menos duas vezes ao dia com creme dental fluoretado.
Usar fio dental diariamente para prevenir o acúmulo de resíduos entre os dentes.
Evitar o consumo frequente de alimentos açucarados, especialmente fora das refeições principais.
Realizar consultas regulares ao dentista para avaliações e profilaxias.
Comemorado em 20 de março, o Dia Mundial da Saúde Bucal é um momento oportuno para discutir as condições e desafios enfrentados no Distrito Federal. “A saúde bucal é um reflexo da saúde geral. Não é apenas uma questão de estética, mas também de bem-estar físico e qualidade de vida. Precisamos priorizar o tema e garantir que todos tenham acesso ao cuidado que merecem”, conclui Leíza Penedo.
Com iniciativas de prevenção, conscientização e reforço no sistema público de saúde, o DF pode se tornar um exemplo no cuidado odontológico e na promoção da saúde integral. Afinal, um sorriso saudável é o reflexo de uma vida bem cuidada.