Brasília, 2 de abril de 2025 – Hoje, o mundo celebra o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2007 para reforçar a importância da inclusão, do respeito e da empatia para com as pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Estima-se que, globalmente, uma em cada 36 crianças seja diagnosticada com TEA, segundo dados do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos). No Brasil, o número de diagnósticos tem aumentado, um reflexo do maior acesso à informação e aos serviços de saúde.
O transtorno, que é caracterizado por alterações no desenvolvimento neurológico, afeta habilidades de comunicação, interação social e comportamento. No entanto, o TEA abrange um espectro amplo, com diferentes níveis de intensidade. Cada pessoa autista é única, com suas próprias potencialidades e desafios.
História do Dia do Autismo
A data, celebrada todo 2 de abril, foi criada para promover conscientização e combater o preconceito em relação às pessoas com autismo. O movimento tem como símbolo a cor azul, escolhida por ser culturalmente associada aos meninos, que representam a maior parte dos diagnósticos. As campanhas realizadas ao redor do mundo buscam derrubar mitos sobre o TEA e destacar a importância de uma sociedade mais inclusiva.
No Brasil, iniciativas como o movimento “Light It Up Blue” iluminam monumentos e prédios com a cor azul, reforçando a mensagem de aceitação e visibilidade. Apesar dos avanços, há muito a ser conquistado em termos de políticas públicas, acessibilidade e combate à discriminação.
Os direitos das pessoas autistas no Brasil
As pessoas com autismo no país são protegidas por legislações que visam garantir igualdade de oportunidades e inclusão. Entre as mais relevantes estão:
- Lei nº 12.764/2012 (Lei Berenice Piana): Estabelece a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. A lei reconhece o autismo como uma deficiência, assegurando direitos em áreas como educação, saúde e trabalho, além de fomentar a inclusão social.
- Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015): Garante o acesso universal às instituições de ensino, transporte público, serviços de saúde e ao mercado de trabalho para pessoas com deficiência, incluindo autistas.
- Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (CIPTEA): Criada pela Lei nº 13.977/2020 (Lei Romeo Mion), a carteira assegura atendimento prioritário em serviços públicos e privados e facilita o acesso a benefícios específicos.
- Apoio Educacional: A legislação brasileira garante a presença de mediadores escolares ou professores auxiliares para alunos com TEA, a fim de promover uma educação inclusiva.
A importância da conscientização
A aceitação e inclusão das pessoas com TEA ainda enfrentam desafios, especialmente relacionados ao preconceito e à falta de acessibilidade. Informar e educar a sociedade é essencial para combater estigmas e criar um ambiente onde as diferenças sejam respeitadas.
Para famílias de pessoas autistas, o acesso ao diagnóstico precoce é uma das principais batalhas. Quanto antes o transtorno é identificado, maiores são as chances de intervenções eficazes que possam ajudar no desenvolvimento das habilidades sociais e cognitivas. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece suporte, mas especialistas alertam para a necessidade de ampliar os recursos destinados ao atendimento.
História de superação em Brasília
Em Sobradinho, o pequeno Gabriel*, de 9 anos, diagnosticado com autismo severo, superou muitos desafios com o apoio da mãe, Raquel. Graças à dedicação dela em buscar tratamentos e à parceria com a escola, Gabriel começou a se comunicar por meio de dispositivos de comunicação alternativa. “Cada progresso do Gabriel é uma vitória que reflete a importância de informação e apoio para as famílias”, relata Raquel, que hoje atua como voluntária em uma ONG de suporte a pais de crianças autistas.
O que esperar para o futuro?
Especialistas pedem maior investimento em políticas públicas voltadas para o autismo, com ênfase na capacitação de profissionais de saúde e educação. Outra prioridade é a ampliação da inserção de autistas no mercado de trabalho. Empresas como exemplo têm adotado programas para empregar pessoas com TEA, reconhecendo suas habilidades únicas.
No Dia Mundial da Conscientização do Autismo, o recado é claro: a inclusão não é um favor, mas um direito. O desafio vai além das leis. É uma mudança cultural que exige empatia, informação e ação.
Imprensa Brasília continuará acompanhando histórias inspiradoras e cobrindo a luta por direitos das pessoas autistas no Distrito Federal e em todo o Brasil. Afinal, é na diversidade que a sociedade encontra sua força.
*Nome fictício para preservar a privacidade do menor.