Páscoa 2025: tempo para chocolate e tempo para ajudar o mercado local

O feriado católico pode habitar o coração de todos os brasileiros, afinal, até para quem não é praticante religioso, a Páscoa carrega um forte senso de reflexão e renovação. E é justamente nesse espírito de fazer o bem que eu trago as dicas para a data.

Estamos todos, sempre, muito ocupados para incluir em nossas “agendas pessoais” mais uma pauta ativista, eu entendo. Mas eu realmente gostaria que o público de gastronomia, em geral, compreendesse o impacto de suas escolhas individuais.

Não adianta fugir: vivemos tempos de muita incerteza econômica. Muitas casas estão sendo inauguradas, e muitas sendo fechadas, também. Mas quando o assunto é chocolate e, principalmente, ovo de Páscoa, me desculpem, mas vou bater o pé e insistir: compre de profissionais locais. Preferencialmente, profissionais mulheres locais.

Fiquem tranquilos que ninguém está falando de fazer caridade. Muito pelo contrário! Comprar um ovo de grande marca, totalmente hidrogenado, com mais açúcar que o necessário e, acreditem, pouquíssimo cacau realmente envolvido, por R$89,90, é fazer caridade com quem está vendendo um produto bem fraquinho, por um preço bem altinho, feito através de uma produção de altíssima escala, ou seja, o preço não se equipara ao valor do produto.

Estou falando de ovos, chocolates e doces de comer de joelhos, feitos por mãos treinadas e habilidosas, com seleção muito criteriosa de ingredientes. Serviços e produtos de Brasília, para brasilienses. Vamos anotar?

Petit Sucré

Eu conheci a confeiteira Eidra Kátia, por conta do seu trabalho e sua candura. Mulheres à frente de negócios sempre me inspiram, e os produtos da Petit falam por si só. Foi amor à primeira mordida do Sucretone recheado com brigadeiro de chocolate ao leite com Jack Daniels. Ainda é referência para minha família no Natal.

A cada novidade ou produto, mais eu me vi fazendo propaganda da Petir Sucre de maneira genuína mesmo. Até que ela resolveu me deixar escolher alguns ingredientes e fez um ovo em minha homenagem. Aí, eu morri, né?

Um ovo equilibrado, como eu (aham, vou defender essa versão até o fim), feito com chocolate meio amargo (mas bem leve mesmo, porque eu sou chegada no ao leite), para casar bem com o brigadeiro feito com chocolate Callebaut Ruby, que é rosa pelo tipo de cacau, que, por sua vez, tem um toque de geleia fresca de framboesa. Gente, não dá para descrever o suficiente, mas deu para sentir, né? Aquela suntuosidade do chocolate meio amargo, aí, o dulçor do brigadeiro rosa, e aí uma notinha cítrica da geleia e a Páscoa é puro amor.

Pinon Torroneria

Mais uma história de encontro com seu propósito. A Kize é um doce de pessoa e responsável pelo lançamento do melhor torrone da história de Brasília! Aliás, entre o Torrone, o Pé de Moça e o ovos de Páscoa da Pinon fica impossível se decidir.

Para a linha de 2025, são oferecidas 5 sabores e, acredite, são opções sem trigo e sem leite, para atender, inclusive, paladares veganos. Você pode encomendar 1/2 ovo ou o ovo inteiro, que também pode ser de dois sabores.

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Stans Chocolates

Refinada e pioneira! Pouca gente sabe, mas a Stans é nascida e criada em Brasília e tem uma das mais variadas cartelas de produtos, principalmente na área “decorativa” dos chocolates.

O chef confiseur  Xavier Odermatt saiu da Suíça e se profissionalizou trabalhando em hotéis na Inglaterra, México e Jamaica, quando se firmou em Brasília em 1973, onde abriu a primeira confeitaria da cidade em sociedade com um compatriota. O interesse e fascínio pelo chocolate fizeram com que Xavier deixasse a confeitaria para se dedicar exclusivamente aos chocolates.

​Em suas criações, as tradicionais receitas suíças convivem harmoniosamente com os ingredientes tipicamente brasileiros, como jabuticaba, cupuaçu, maracujá e pinga, e entre os bombons, coelhinhos e ovos, é impossível não encontrar algo do agrado de cada um da família.

La Barr Chocolate de Origem

Se há um equivalente ‘adulto’ à visitação da Fantástica Fábrica de Chocolates, é o tour pelas dependências da La Barr, uma chocolateria de Brasília, com proposta “bean to bar”, que os hipsters americanos utilizam para dizer que o produto é selecionado, inserido, trabalhado e tratados desde o grão (bean) até o serviço final de venda em barras (bar).

Lendo essa coluna, talvez, você não capte a diferença de um chocolate premium, por isso, eu digo: compre, prove e compare. Parece pouca coisa, mas não é. Alto teor de cacau, harmonização e intensidade de sabores, livre de gorduras trans, livre de adoçantes artificiais, livre de conservantes pesados e livre de corantes artificiais.

E mesmo com essa lista, basta colocar na boca, e sentir como derrete, lenta e suntuosamente na boa, sem deixar a sensação de gordura para trás.

Os ovos vão de R$116,00 a 206,00, e alguns mais especiais, como o Ovo Arara Canindé 313g, por R$314,00, MAS, não vou mentir: pode converter em barras de chocolate mesmo, que ainda tá valendo demais!

Mandiê Doceria

Nem tão alternativa, mas ainda artesanal e local, a Mandiê também tem uma jornada feminina em sua história, desde que Amanda Figueiredo, que é formada em Administração e Gastronomia, uniu sua paixão por confeiteria ao desafio de empreender e fundou a Mandiê.

Com especialização em tortas de massa quebrada, reinterpretou receitas clássicas da confeitaria francesa e criou mais de 100 produtos que compõe o cardápio, mas eu confesso que sou muito fã das barras recheadas e o ovo de páscoa de pistache também foi um dos melhores que já provei.

A linha de Páscoa 2025, além de bela, é prática, já que o trabalho de embalagem e papelaria da Mandiê é impecável, tornando qualquer produto um presente lindo. Acrescente-se, ainda, o fato de terem uma linha de Páscoa corporativa, para facilitar a vida na hora de presentear os funcionários. Achei a ideia fenomenal!