No dia 12 de novembro, celebra-se o Dia Nacional de Prevenção das Arritmias Cardíacas e Morte Súbita, uma data criada para alertar a população sobre os riscos dessa condição que é responsável por mais de 300 mil mortes por ano no Brasil. A campanha Coração na Batida Certa visa promover a conscientização sobre como prevenir, diagnosticar e tratar as arritmias, que podem comprometer gravemente a saúde do coração.

As arritmias cardíacas, distúrbios no ritmo do coração, afetam uma em cada quatro pessoas ao longo da vida, segundo dados da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac). Elas são uma das principais causas de morte súbita no país, uma situação em que o coração interrompe o fluxo sanguíneo para o cérebro e órgãos vitais, resultando em falência respiratória e perda de consciência. O tempo de intervenção é crucial: a cada minuto sem choque elétrico, as chances de sobrevivência caem de 7 a 10%, e após 10 minutos, a reanimação quase sempre é infrutífera.

Conforme explica Camila Lara Barcelos, cardiologista e especialista em eletrofisiologia clínica invasiva do Instituto do Coração de Taguatinga (ICTCor), as arritmias ocorrem quando o sistema elétrico do coração, responsável por regular os batimentos, sofre uma desregulação. Isso pode resultar em batimentos irregulares, taquicardia (batimento acelerado) ou bradicardia (batimento lento). A especialista destaca que “o coração é uma bomba que depende de um sistema elétrico para funcionar corretamente. Quando esses impulsos se alteram, surgem as arritmias”.

Sintomas das arritmias cardíacas

Nem sempre as arritmias apresentam sintomas evidentes, o que torna o diagnóstico mais difícil. Quando presentes, os sinais incluem:

  • Palpitações persistentes;
  • Hipotensão (pressão baixa);
  • Cansaço extremo e falta de ar;
  • Tontura, náuseas e vertigem;
  • Desmaios e sensação de desmaio iminente;
  • Dores no peito e confusão mental.

Fatores de risco

Alguns fatores aumentam as chances de desenvolver arritmias, como:

  • Tabagismo e consumo excessivo de álcool;
  • Estilo de vida sedentário e excesso de peso;
  • Apneia do sono e distúrbios da tireoide;
  • Hipertensão e diabetes;
  • Estresse e histórico familiar de doenças cardíacas.

Prevenção: o coração em dia

Embora a genética tenha um papel importante, adotar hábitos saudáveis pode diminuir significativamente o risco de arritmias. A cardiologista Camila Lara orienta que, além de evitar o tabagismo e controlar o peso, é essencial manter a pressão arterial e os níveis de glicose em equilíbrio. A prática regular de atividades físicas e a moderação no consumo de álcool também contribuem para a saúde do coração.

“Uma rotina equilibrada e ativa, com controle dos fatores de risco, é fundamental para prevenir descompensações no ritmo cardíaco. Além disso, é importante realizar consultas regulares com o cardiologista, especialmente a partir de uma certa idade, para monitoramento e exames preventivos”, afirma Camila.

Tratamento das arritmias cardíacas

O tratamento das arritmias depende da gravidade e do tipo de distúrbio cardíaco identificado. Ele pode envolver medicamentos para controlar o ritmo cardíaco, mas, em casos mais graves, tratamentos intervencionistas são necessários. A ablação por cateter, por exemplo, é uma técnica eficaz quando os medicamentos não surtiram efeito. Em alguns casos, é preciso implantar dispositivos cardíacos eletrônicos, como marcapasso ou cardioversor desfibrilador, para regular o batimento cardíaco e evitar arritmias fatais.

Manter o coração “na batida certa” exige atenção contínua à saúde cardíaca e a adoção de hábitos que protejam o órgão mais importante do corpo. Se você perceber qualquer sinal de irregularidade no seu ritmo cardíaco, não hesite em procurar ajuda médica.